A serviço do plano de Deus

Todas as criaturas colaboram para o cumprimento do plano de Deus. Uma prova disso encontramos na arca de Noé, quando os animais de toda espécie, e em sua ferocidade nata, foram conduzidos pela poderosa mão de Deus e docilmente entraram na arca (Gênesis 6-7). A reflexão que agora escrevo veio à minha mente após preparar, no dia de ontem (9 de fevereiro de 2021), um resumo histórico de minha vida pastoral, que o meu presbitério encaminhará ao Supremo Concílio para minha jubilação. Este retrospecto trouxe à minha mente fatos memoráveis. Quando assumi o pastorado da recém-organizada 1ª Igreja Presbiteriana de Samambaia e fiquei sem o vínculo financeira com a 2ª IPT, irmãos e irmãs piedosos manifestaram amorosa preocupação, dizendo: “Pastor, aquela igreja está localizada em região de baixíssima renda per capta! Não terão como sustentar o senhor!” Eu sempre respondia com parte do hino 284 do Novo Cântico, que se refere Àquele que me vocacionou nas seguintes palavras: “De ti meu sustento só dependerá e de tudo me hás de prover”. Às vezes citava o profeta Elias por ocasião da grande seca em Israel. Deus lhe disse: “Saia daqui, vá para o leste e esconda-se junto ao ribeiro de Querite, nas imediações do Jordão. Você beberá a água do ribeiro; e eu ordenei aos corvos que sustentem você naquele lugar”. Elias obedeceu e “os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, bem como pão e carne ao anoitecer; e ele bebia a água do ribeiro” (1 Reis 17:1-7). Dizia então aos amados e amadas que demonstravam amorosa preocupação para comigo: os corvos continuam a serviço do plano de Deus, e se for necessário, eles, cumprindo ordem do Senhor da igreja, me trarão o pão de cada dia. Mas não apenas os corvos, mas “todas as coisas” (Salmo 119:91), estão a serviço do plano de Deus. Assim, aprouve ao supremo Provedor usar não os corvos, mas homens em bicicletas cargueiras, motocicletas e carros de entrega de supermercados. Em um memorável dia, conversando a respeito do “Deus proverá” com um grupo de amigos, minha esposa lhes falou a respeito de nossa mesa: “Na minha casa não tem fartura; na minha casa tem exagero!” Pura verdade, em nossa mesa jamais faltou o pão, o bondoso Provedor nunca deixou faltar, nem para nós, nem tão pouco para parentes e amigos que a frequentam. Agora, quando os “setenta” estão logo ali, eu penso: mesmo que eu tivesse plena eloquência sobre o vocabulário angelical, fosse mestre da escrita e fala dos anjos e possuísse pleno domínio ou fluência em todas as línguas faladas pela humanidade, não seria capaz de descrever a bondade do Provedor, pois Ele, em cada um dos seus atributos, ultrapassa toda capacidade de louvar e bendizer. A Ele, que tem me dado forças para cumprir minha missão e me considerou fiel para o sagrado ministério, toda glória, agora, e para todo sempre. Amém!

Com amor – pastor José Loures.

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