Bainha para Foice

Durante duas décadas e meia trabalhei no comércio. O comerciário é muitas vezes tomado pelo estresse, e precisa disfarçar seu estado emocional. Ignorando não propositadamente o meu estado de tensão, clientes e amigos perguntavam: “Tem martelo para desentortar rabo de porco, Zé?!” Respondia sorrindo: Tem, mais está em falta. Esse tipo de produto, só por encomenda. – “Se eu encomendar hoje, você me entrega com quanto tempo?” Uma semana, respondia. E o freguês insistia: “Quer dizer então que se eu fizer o pedido hoje, na semana que vem você me entrega?” – Não! Com este tipo de material nós trabalhamos no sistema revestrés, você faz o pedido hoje, e na semana próxima passada eu te entrego. Outra pergunta comum: “Tem bainha para foice, Zé?!” O máximo que eu conseguia responder era: Esse produto é especialidade da concorrência! Depois que eu descobri que há uma resposta correta para esta pergunta, nunca mais fui arguido a respeito. Porque hoje eu dirigiria: Bainha para foice só é encontrada com exclusividade, apenas em dois estabelecimentos no mundo: “Lojas Calvário” e “Supermercado Gólgota”. Isto porque, no “Calvário, Gólgota em hebraico” (Jo. 19:17), a morte, sem ter o que fazer, precisou improvisar bainha para a sua foice. Quando os executores da injustíssima sentença se aproximaram do Senhor Jesus para quebrar-Lhe as pernas a fim de apressar a sua morte, perceberam que Ele já estava morto, isto é, Ele já havia entregado o seu espírito. Jesus morreu sem usar os serviços da morte! Pregado na cruz, ao perceber que tudo já estava “consumado” Ele “clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc. 23:46). Até mesmo pela maneira como morreu, o Salvador prova que é DEUS, porque ninguém jamais morreu dessa forma. Pensemos na morte de Estêvão: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At. 7:59). Observando os verbos de Lc. 24:46 e At. 7:59, fica fácil perceber a diferença. O soberano Salvador disse: “entrego”. Mas os demais humanos não possuem tal autoridade e por isso só podem clamar: “recebe”. O Eterno Filho de Deus existe por Si mesmas, Ele é o “EU SOU”. Ele é absolutamente soberano, não depende de nada, nem de ninguém para existir ou agir. A respeito de Sua vida, o nosso soberano Redentor, ciente de Sua autoridade suprema, declarou: “Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo. 10:18). E conforme dizem as Escrituras, Ele “morreu pelos nossos pecados” (1 Co. 15:3), isto é, para cancelar “o escrito de dívida, que era contra nós” (Cl. 2:14). É por isso que Ele diz a todos aqueles que vivem em união com Ele: “porque eu vivo, vós também vivereis”.

Com amor – pastor José Loures.

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