Crachá

O que é que nos identifica como discípulos de Cristo? A resposta está em Jo. 13:35: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros”. Certa vez conversava com um amigo que tinha acabado de se tornar pai pela terceira vez. A filha mais velha dele se aproximou do papai relatando um pequeno incidente com o irmãozinho caçula e concluiu: “meu coração cortou de dó, papai!” O nosso coração deveria cortar de dó diante do sofrimento de qualquer semelhante. Ao nos ver carentes de sua graça, o coração de Deus “cortou de dó”, e o corte foi tão profundo que Ele “deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16). A respeito do amor o nosso Mestre diz: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo. 15:12). Fico estremecido diante dessa palavra Dele, pois me vejo muito aquém de tal virtude, abaixo dos padrões cristãos, pois o padrão é Cristo. Em um culto ao ar livre que participei, a mensagem era transmitida por um pastor que tinha entre suas virtudes a franqueza. Um homem com ar de sabichão que passava por perto e vociferou: “Pergunta para esse pastor aí se ele ama ao próximo como a si mesmo?” O pregador imediatamente interrompeu sua mensagem e respondeu: “Amo não! Eu sou gente igual a você!” Durante o seu ministério terreno, o Senhor Jesus Cristo foi experimentado por um intérprete da Lei que lhe perguntou: “Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?” (Mt. 22:36). Resumindo magistralmente a Lei, o supremo Mestre respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mt. 22:37-39). A salvação só pode ser pela graça, não há outro meio, pois que ser humano seria capaz de alcançar, por si mesmo, tais padrões? Tenho que orar como o publicano: “Ó Deus, tem pena de mim, pois sou pecador!” (Lc. 18:13). Mas então, não carregamos no peito o CRACHÁ que nos identifica como discípulos de Cristo? Carregamos sim, mas o nosso coração não sangra como deveria; nem sempre “corta de dó”, Papai do Céu. Cantamos o belo hino que diz: “Ó Deus, quão pobre e frio amor; Quão inconstante seguidor; Descobrirás em mim! Aviva-me Com teu poder, pois quero te obedecer; E amar-te até ao fim! Amém” (NC, 90).  Da mesma maneira que oramos: “Senhor: Aumenta-nos a fé” (Lc. 17:5), devemos orar também “Senhor: aumenta o nosso amor”. Pois o imperativo bíblico continua se fazendo ouvir: “Não se cansem de fazer o bem” (2 Ts. 3:13).

Com amor – pastor José Loures.

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