O Esplendor da Santidade de Deus

Em sua missão de conduzir o povo de Israel pelo deserto, Moisés pediu a Deus a oportunidade de ver a glória divina. Deus lhe respondeu: “Farei passar toda a minha bondade diante de você e lhe proclamarei o nome do SENHOR. E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocente o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração” (Êxodo 33:17-23, 34:5-7). A Bíblia nos apresenta os atributos ou características de Deus. Atributos naturais: unidade, infinidade, eternidade, imortalidade, imutabilidade, onisciência, onipresença e onipotência. Atributos morais fundamentais: santidade, amor e verdade. Ao estudar a Pessoa de Deus, sob qualquer um de seus atributos, qualquer pessoa descobre que Ele é infinito em todo o seu Ser. Os atributos nos permitem ter apenas um vislumbre da glória de Deus. E mesmo que compreendêssemos a glória eterna não existiriam palavras suficientes para descrevê-la, e ainda que houvesse palavras não haveriam delas combinações suficientes para fazer tal descrição. A glória de Deus ultrapassa “todo bendizer e louvor” (Neemias 9:5), isto é, nenhum louvor humano seria suficiente para descrevê-la. A parte final de Êxodo 34:7, que citei, onde se lê que Deus “visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração”, é difícil de ser compreendida. Costumo ler estas palavras à luz do seguinte acontecimento. Certa vez, estando na casa de um amigo, ele me ofereceu meio copo de chá de losna, também conhecida como absinto. Tomei e disse: Amarga até a quinta geração! Com estas palavras eu não me referi a extensão do sabor e sim à sua intensidade. Eu não quis dizer que os meus netos, bisnetos e tataranetos sentirão o sabor amargo do “licor” que ingeri. Com as palavras finais de Êxodo 34:7, penso que Deus nos adverte não sobre a extensão hereditária do castigo, mas sim sobre a severidade ou intensidade dele e que será aplicado ao pecador impenitente, que descobrirá por fim que “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10:31). É desta maneira que vejo harmonia entre Êxodo 34:7 E Ezequiel 18:20, onde lemos: “o filho não levará a iniquidade do pai”, ou em outras palavras: “o filho não pagará pela iniquidade do pai”. No que diz respeito aos seres humanos, filho de peixe não significa necessariamente ser peixinho. O filho, neto, bisneto, ou tataraneto do perverso pode se converter, e a infinita perfeição de Deus em seus atributos morais não permitiria que os tais sejam visitados pela santa e eterna ira divina. A ira de Deus é santa, e isso significa necessariamente que ela também é justa.

Suplicando mais luz para entender a Palavra de Deus – pastor José Loures.

Posts Relacionados