O Perdão de Jesus

“Pai, perdoa-lhes” (Lucas 23:34). Penso que muitos daqueles que acompanharam o julgamento e crucificação de Jesus meditaram em seus corações a respeito dos algozes: “Não há em Deus salvação para essa gente!” Mas o próprio Senhor Jesus, talvez no momento em que recebia os cravos naqueles pés que andaram por toda parte fazendo o bem, surpreende o mundo clamando ao Pai: “Perdoa-lhes!” Não conhecemos o alcance desta oração de Jesus, mas podemos ver vislumbres dele em Atos 2:23, 41 e 38, quando Pedro, em seu discurso no Pentecostes, acusou a multidão de ouvintes de ter matado Jesus, e três mil entre eles se converteram e receberam “o dom do Espírito Santo”, isto é, receberam o dom da salvação. O perdão que o Senhor oferece ao pecador arrependido é amplo, geral e irrestrito, e não leva em conta a qualidade nem a quantidade dos pecados. Mas que fique bem claro: o perdão de Jesus é necessariamente precedido pelo arrependimento. Os pecados podem ser “como o escarlate”, o perdão de Jesus os torna “brancos como a neve”; podem ser “vermelhos como o carmesim” o perdão de Jesus os deixa “brancos como a lã”, pois o bondoso Jesus, “é rico em perdoar,” e diz a todos os pecadores: “Arrependam-se e vivam” (Isaías 1:18; 55:7 e Ezequiel 18:32). Quando a Bíblia diz que Ele “é rico em perdoar”, significa que Ele “tem compaixão e perdoa completamente” (Isaías 55:7, NTLH). Ilustro a riqueza de Jesus em perdoar com uma experiência pessoal. Tive o privilégio de nascer em berço evangélico, mas no dia primeiro de janeiro de 1970, à 0h, dei um passo fora do redil das ovelhas do bom Pastor. E como dizem os chineses, “uma caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo!” Amarguei dez anos de alcoolismo, até que, em uma memorável noite dominical, o Senhor Jesus quebrou o jugo que pesava sobre mim. Durante o período de embriaguez, em uma noite trágica, maltratei a minha amorosa e saudosa mãe. Embriagado, dormi logo em seguida. Mas, ao acordar, sentia como se uma montanha tivesse caído sobre o meu peito. O dia amanheceu e vi minha mãe estendendo roupas no varal. Aproximei-me dela e pedi perdão. E ela respondeu: “Eu perdoo, meu fi!” Ela me perdoou por ser muito, muito, muito amorosa. Se minha mãe, um ser extremamente amoroso, porém humano, me perdoou completamente, podemos imaginar o perdão de Jesus, que para ilustrar seu amor usa exatamente o amor de mãe com uma pergunta que não visa resposta: “Será que uma mulher pode se esquecer do filho que ainda mama?” Na sequência o nosso Salvador afirma: “Ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, porém, não me esquecerei de você” (Isaías 49:15). É por isso que, ao convidar os pecadores ao arrependimento, o Senhor lhes diz: “Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hebreus 8:12).

No amor de Cristo – pastor José Loures.

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