Pela Graça Sois Salvos (Ef. 2:8)

Quando consideramos que não ganhamos a salvação por meio de obras, somos levados a subscrever a doutrina da “perseverança final dos santos”, pois, não sendo salvos por meio de obras, isso significa que também não há como perder este “dom de Deus” por causa de más obras praticadas. E todos os que são salvos, sabem que a salvação pela graça não significa permissão para pecar. Mil vezes não. Rm. 5:20 é um texto que faz tinir as nossas cordas cardíacas: “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Mas os versículos 20 e 21 de Rm. 5 formam uma fantástica transição para Rm. 6, especialmente os dois primeiros versículos que não podemos esquecer nem negligenciar jamais: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?” Jamais alguém ouviu um professor de EBD ou pregador da Igreja Presbiteriana, em são juízo, afirmar que a graça trabalha em favor do pecado; pelo contrário, condenam o pecado e exortam o povo à santificação. Encerro dizendo que vejo na vida de Jacó um dos maiores exemplos de salvação pela graça. Isaque, seu pai, chamou Esaú, irmão gêmeo de Jacó, e lhe disse: “Penso que o dia da minha morte está próximo. Vá ao campo, apanhe uma caça e prepare aquela comida que você sabe que eu aprecio” (Gn. 27:2-4). Induzido por sua mãe, Jacó enganou seu pai se fazendo passar por Esaú, servindo-lhe astutamente carne de cabrito, marcando um triste episódio na vida dos patriarcas. Ao se aproximar do pai com o ardiloso plano, Isaque estranhou a rapidez e perguntou: “Como foi que você achou a caça tão depressa, meu filho?” (Gn. 27:20). A resposta de Jacó não poderia ter sido pior: “O SENHOR, seu Deus, me ajudou” (v.20). Usou o santíssimo Nome para encobrir sua farsa, suas tristes mentiras. Lendo esta história, em combinação com Mt. 8:11, fico maravilhado diante do que o Senhor Jesus Cristo diz sobre os salvos que se assentarão “à mesa no Reino do Céu com Abraão, Isaque e Jacó”. Jacó, trambiqueiro por excelência, está salvo. Jacó está no céu com Jesus. É pela graça ou não é? Jacó faz parte dos benditos herdeiros do reino que Deus preparou “desde a criação do mundo” (Mt. 25:34). Induzido pelo pai da mentira (Jo. 8:44), Jacó praticou uma péssima obra, pois além de transgredir o Nono Mandamento várias vezes mentindo sobre sua identidade, sobre a caça e sobre o nome do SENHOR, transgrediu também o Quinto, pois, enganando o pai, desonrou-o tristemente. Mas não perdeu a salvação por causa dessa péssima obra, pois foi salvo pela graça, recebeu como “um presente dado por Deus” (Ef. 2:8).

Com amor – pastor José Loures.

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