“Prega a palavra”

“Ide, apresentai-vos no templo e anunciai às multidões todas as palavras da Salvação!” (Atos 5:20). Estas palavras foram ditas por um anjo aos apóstolos, em um contexto de perseguição movida pelo sumo sacerdote e o partido dos saduceus. Pregue a palavra da salvação, ou seja, as palavras da nova vida em Cristo. Aqueles que são chamados ao nobre ofício de anunciar “as palavras da salvação” devem cuidar de si mesmos para que sejam dignos de tal ofício, devem ser conhecidos como possuidores de elevada condição moral. Ilustro isto com a participação de Geazi, servo do profeta Eliseu, na ressurreição do filho da sunamita (2 Reis 4:8-36). Informado da morte do menino, o profeta disse ao seu servo: “pegue o meu bordão e vá” ao encontro do morto, e “ponha o bordão sobre o rosto” dele. Geazi obedeceu, “e pôs o bordão sobre o rosto do menino. Porém não houve nele voz nem sinal de vida” (versículos 29, 31). Estaria o bordão do profeta em período de “hibernação?!” Não. O problema era que o coração de Geazi, que levou o bordão até o corpo do menino, era tomado pelo “espírito de ganância que tira a vida de quem o possui” (Provérbios 1:19 e 2 Reis 5:19-27). Os pregadores das “palavras de salvação” devem ser obedientes aos impulsos do Espírito Santo. O diácono Filipe pregou as palavras da nova vida em Samaria. Ao anunciar Cristo naquele cidade, explodiu ali um grande avivamento. “As multidões, unânimes, davam atenção às coisas que Filipe dizia” (Atos 8:6). Apesar desses acontecimentos, “um anjo do Senhor disse a Filipe: Levante-se e vá para o sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto” (Atos 8:26). Seria razoável tirar um pregador poderoso do meio de um autêntico avivamento e enviá-lo para um região deserta? A narrativa impressiona pela sucintez: “Filipe se levantou e foi” (versículo 27), sem dizer uma única palavra contestatória. Obediência incondicional. Quem prega o evangelho deve fazê-lo em total dependência do Espírito Santo. É a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade que coloca as palavras certas na boca do pregador (Isaías 51:16 e Jeremias 1:9b), e é Ele também que conduz os mensageiros a ouvidos desejosos de ouvir. Isto é visto na conversão de Lídia. Em Filipos, Paulo foi à beira de um rio, onde lhe “pareceu haver um lugar de oração”, e falou “às mulheres que haviam se reunido ali”. E o Senhor abriu o coração de Lídia para que estivesse atenta à pregação. Na sequência, ela e sua família foram batizadas (Atos 16:11-15). Diante destes requisitos, quem estaria apto a tão nobre atividade? Todos aqueles que tiveram suas transgressões apagadas, que foram completamente lavados de suas iniquidades e totalmente purificados de todos os seus pecados (Salmo 51:1-2). Assim, por mais simples que pareça a mensagem pregada, ela será revestida com o fogo abrasador do Espírito Santo e se tornará um “martelo que esmiúça a penha.” (Jeremias 23:29).

No conforto do Espírito – pastor José Loures.

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