“Prega a Palavra”

“Anunciai às multidões todas as palavras da Salvação” (Atos 5:20). Preparando o jovem Timóteo para a pregação do evangelho, Paulo lhe disse: “Não te faças negligente para com o dom que há em ti, prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não” (1 Timóteo 5:14 e 2 Timóteo 4:2). E Paulo ensinava também através do exemplo: “Eu não tenho o direito de ficar orgulhoso por anunciar o evangelho. Afinal de contas, fazer isso é minha obrigação. Ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Coríntios 9:16). Nos tempos em que o “dente de ouro” era o modismo entre muitos evangélicos, estava em uma roda de amigos no seminário. A conversa girou em torno do assunto. Um colega disse: “Não precisamos de dente de ouro, o que nós precisamos é de língua de ouro para pregar o evangelho.” Escrevo estas palavras aos 27 dias do mês de julho. Um dia triste para mim, pois hoje a Polícia Federal faz buscas na casa do governador do Piauí e também no gabinete da primeira-dama por desvio do Fundeb. Minha tristeza tem três motivos: 1. Estando no sertão daquele estado vi uma cena deprimente. Um quadro de extrema pobreza protagonizado por uma menina que deveria ter uns sete anos. E o Fundeb trata de investimentos que visa melhorar a vida de crianças como aquela, pois se dirige ao ensino fundamental. 2. Não temos leis nem juristas para punir adequadamente tão grave transgressão da lei. Um crime que deveria ser classificado e tratado como hediondo. 3. O terceiro motivo diz respeito à pregação das Palavras de Salvação. É que o número de atalaias verdadeiros está muito reduzido. Não sei se há algum para falar àqueles perversos transgressores do oitavo mandamento, advertindo-os “do seu mau caminho, para lhes salvar as vidas” (Ezequiel 3:18). O risco dos tais morrerem nas suas iniquidades é muito grande. Senhor governador, senhor governador, apropriar-se daquilo que não lhe pertence é furto, é pecado, e Deus é claríssimo em sua Palavra: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23). O pecado do senhor se fundamenta na ganância insaciável, na cobiça, e sobre esta a Palavra de Deus diz: “A cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago 1:15). A voz das crianças piauienses ecoa através da garganta daquela menina que vi no sertão do seu estado, e o clamor delas certamente chegará aos ouvidos de Deus. Queira Deus que, à semelhança do apóstolo Paulo perante o governador Félix  e sua esposa, a primeira-dama Drusila, algum atalaia tenha oportunidade e aproveite-a, pregando para aquelas autoridades  “acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro” (Atos 24:25), pois o desejo de Deus é ver o perverso se arrepender e viver (Ezequiel 18:23).

Com amor – pastor José Loures.

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