“Prontos para viajar”

“É assim que vocês devem comê-lo: já prontos para viajar, com as sandálias nos pés e o cajado na mão. Comam depressa. É a Páscoa do SENHOR” (Êxodo 12:11). O presente texto faz parte das solenes instruções sobre a instituição da Páscoa, e me veio à mente através do trágico acidente ocorrido ontem (05/11/2021) no interior de Minas Gerais. O texto, em combinação com o acidente que ceifou a vida de cinco pessoas de modo tão inesperado, consiste em um alerta para nós, que devemos nos manter sempre de “malas” prontas, em condições de viajar à eternidade a qualquer momento, pois assim é a vida. No meio da segurança, podemos ser atingidos pela calamidade; sentindo perfeito estado de saúde, podemos ser surpreendidos com um diagnóstico fatal. Por isso, a exortação é para cada um de nós: esteja pronto para viajar! Li certa vez a respeito de um sábio que dizia: “sempre que pegar o jornal do dia, leia primeiro a relação de óbitos. E ao constatar que o seu nome não consta na lista, agradeça a Deus.” Do profeta Amós vem nos vem um ultimato que deve ser observado sem qualquer negligência: “prepare-se para se encontrar com o seu Deus!” (Amós 4:12). O verbo “preparar” está no imperativo, indicando a necessidade “imperiosa”, ou totalmente necessária, indispensável, de importância vital, imprescindível, que não pode ser ignorada, nem desprezada, e nem postergada em hipótese nenhuma, pois trata-se de um preparo totalmente necessário, pois cada um de nós tem um encontro inescapável com a morte, e ninguém, a não ser Deus, conhece o dia e a hora desse “choque” fatal que tanto pode ser por meio de acidentes ou doenças. Na minha adolescência era comum ouvir nos púlpitos a seguinte ilustração sobre um “bobo da corte”. O rei o presenteou com uma bengala de ouro dizendo o seguinte: “Esta bengala será sua somente até você encontrar um bobo maior do que você. No dia que você encontrar um sujeito mais bobo do que você, dê a bengala para ele”. O tempo passou e nada de surgir alguém que preenchesse tal requisito. O rei foi acometido de uma doença fatal e mandou chamar o “bobo” para se despedir. Travaram o seguinte diálogo: “Mandei chamar você porque estou de partida para uma longa viagem. Tão longa que não voltarei mais.” “E vossa majestade está preparado para essa viagem?” “Infelizmente, não, rapaz!” Então o “bobo” lhe disse: “Ah, majestade! Então esta bengala é sua!” Esteja você também pronto para viajar, pois o nosso voo pode acontecer a qualquer momento, e muitas vezes vem quando ninguém o espera. O acidente de ontem deixou milhões de brasileiros com o coração partido por intensa dor como resultado da perda. Que o Espírito Santo console os corações enlutados.

Com o meu abraço condolente, solidário, fraterno e cristão – pastor José Loures.

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