Um Sonho de Criança (1 Ts. 4:13-18)
Logo após ser alfabetizado, lá pelos anos de 1960, tive o privilégio de ler o Evangelho. Depois, ganhei de um tio uma “Bíblia em Quadrinhos” com belíssimas figuras ilustrativas. Tinha nove anos de idade, e comecei a alimentar um sonho que ainda guardo no coração: fazer parte da geração que estará viva na volta de Cristo. “Então nós, os que estivermos vivos, seremos levados nas nuvens” ao encontro do Senhor nos ares (1 Ts. 4:17). Eu gosto de viver, e gostaria muito que fosse negada à morte permissão para arrancar minha alma do meu corpo. O meu desejo seria que, ao raiar do glorioso Dia, “este corpo corruptível” fosse revestido da incorruptibilidade, que este meu corpo mortal fosse apenas revestido de imortalidade (1 Co. 15:53). Aí então perguntaria em coro com todos os remidos do Senhor: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” (1 Co. 15:55). “Então nós, os que estivermos vivos”, gostaria de fazer parte desse gigantesco número de pessoas identificado no texto como “nós”; gostaria que estes ouvidos, ainda mortais, estivessem em solo terreno, quando “o Senhor mesmo” der “a sua palavra de ordem”, ouvissem “a voz do arcanjo” e o indescritivelmente glorioso ressoar da trombeta de Deus (1 Ts. 4:16). E que estes olhos que agora estão fixos no monitor do computador pudessem ver o Senhor Jesus Cristo descendo “numa nuvem, com poder e grande glória” (Lc. 21:27). Contudo, a Bíblia diz que “o viver é Cristo, e o morrer é lucro”, e assim, “partir e estar com Cristo, é incomparavelmente melhor” (Fp. 1:21 e 23). Assim, admirado e um tanto surpreso, “já não sei o que hei de escolher” (Fp. 1:22), mas de uma coisa eu estou absolutamente certo; vem a hora, e vem sem demora (Ap. 22:7), “em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão” (Jo. 5:25). Quer dizer, ou melhor, como dizem as Escrituras, “se vivemos, para o Senhor vivemos, se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm. 14:8). A vida aqui na terra é marcada por lutas, aflições e angústias. Mas “o que sofremos durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro”. Porque “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (Rm. 8:18 e 1 Co. 2:9).
Com amor – pastor José Loures.