O Obreiro Aprovado
“Não deve amar o dinheiro” (NVT), deve ser “desapegado do dinheiro” (NTLH) (1 Timóteo 3:3). Esta afirmação não significa que o dinheiro não seja importante para a vida do obreiro cristão. Não existe ninguém que possa viver sem dinheiro, e o trabalhador na obra santa não é exceção. O dinheiro, em si, não é “a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10), “a fonte de todos os tipos de males” é “o amor ao dinheiro”. O apego ou amor ao dinheiro levaria o obreiro cristão à ruína. Vejamos três histórias bíblicas. A primeira é sobre o uso que Eliseu fez do manto de Elias para dividir, de forma muito bem sucedida, as águas do rio Jordão (2 Reis 2:13-14). A segunda, diz respeito aos “lenços e aventais” do uso pessoal do apóstolo Paulo, que quando colocados diante de pessoas enfermas “as enfermidades fugiam das suas vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (Atos 19:11-12). A terceira é sobre o bordão de Eliseu nas mãos de Geazi. “O profeta disse a Geazi: Cinge os lombos, pegue o meu bordão e vá. Ponha o meu bordão sobre o rosto do menino. Geazi foi adiante deles e pôs o bordão sobre o rosto do menino. Porém não houve nele voz nem sinal de vida. Então voltou para encontrar-se com Eliseu e lhe disse: O menino não acordou” (2 Reis 4:29-31). O bordão de Eliseu, a capa de Elias e os lenços e aventais de Paulo eram símbolos do poder de Deus e da autoridade daqueles obreiros aprovados. Mas, com o bordão de Eliseu nas mãos de Geazi, nada aconteceu! Talvez por causa do ganancioso e mentiroso coração de Geazi. Ao curar Naamã, Eliseu recusou fortemente as recompensas que o curado lhe ofereceu. Mas Geazi quis tirar proveito disso, e depois que Naamã se afastou, correu atrás dele e descaradamente pediu presentes. E foi atendido. Ao chegar em casa, o profeta perguntou: “De onde você vem, Geazi?” O cinismo floresceu mas uma vez na resposta: “Este seu servo não foi a lugar nenhum”. Mas a exemplo do que aconteceu com Ananias e Safira (Atos 5), Geazi não mentiu para homens, mentiu para Deus. Ananias e Safira foram punidos com a morte, Geazi castigado com uma lepra que se estendeu “à sua descendência para sempre” (2 Reis 5:19-27). Deus conhecia o coração de Geazi e por isso não permitiu que o milagre acontecesse por meio do bordão em suas mãos. Convivendo e servindo ao profeta Eliseu, Geazi poderia ter se tornado um grande profeta, um obreiro aprovado. No entanto, o seu coração, amante do dinheiro, o levou à vergonhosa ruína. Que Deus, em sua infinita misericórdia e poder, guarde o nosso coração de todo tipo de amor ao dinheiro, fazendo de cada um de nós, um OBREIRO APROVADO, em plenas condições de manejar bem o bordão, de manejar bem a Palavra da verdade, a fim que, no Dia de Cristo, ouçamos a sacrossanta voz: “Muito bem, servo bom e fiel, você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu Senhor” (Mateus 25:23).
Com amor – pastor José Loures.