O Choro da Mamãe (Jeremias 31:15)

“Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável por causa deles, porque já não existem”. Raquel foi enterrada perto deste lugar, e nesta visão ela é representada figuradamente como saindo do túmulo a chorar por seus filhos, pois os que não foram mortos foram capturados para o exílio. Raquel foi mãe de três tribos: Benjamim, Efraim e Manassés, estes últimos eram seus netos, filhos de José. Raquel foi também o grande amor da vida de Jacó (Israel), e a combinação desses fatores faz dela a grande matriarca da nação. Esta cena de luto e amargo pranto materno se passa em Ramá, na tribo de Benjamim. Ao abençoar os filhos de José, Jacó deu uma ênfase especial a Efraim que se tornou uma tribo numerosa (Gênesis 48:19). Samaria, uma cidade localizada no território dessa tribo, se tornou a capital do reino do Norte, e por estas razões o nome Efraim passou a ser utilizado como uma figura de linguagem para se referir ao reino do Norte, separado de Judá, o reino do Sul. O evangelista Mateus (Mateus 2:16-18) diz que essa figura profética, “Raquel chorando por seus filhos”, se cumpriu quando o crudelíssimo Herodes matou os bebês em Belém, onde Raquel foi enterrada (Gênesis 35:19) e foi mais uma vez representada como brotando do túmulo lamentando a morte dos bebezinhos inocentes de dois anos para baixo, no lugar onde ela estava sepultada (Mateus 2:16). Estes acontecimentos nos mostram que o pecado leva o homem a ter experiências com o desagrado de Deus. Há quase dois mil anos o citado Herodes sabe o que é ficar contra Deus, conhece os eternos horrores causados pelo pecado. Quando os espias incrédulos impediram o povo de tomar posse da terra prometida, Deus disse a todos: “Quarenta anos vocês vão sofrer por causa dos seus pecados, conforme os quarenta dias que vocês espionaram a terra, um ano para cada dia. Vocês vão saber o que é ficar contra mim”, isto é, “vocês terão experiência do meu desagrado”. Os descendentes de Raquel tiveram tais experiências, tanto no deserto como também na Babilônia e Assíria. Vemos nas experiências dos descendentes dela que “toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo” (Hebreus 2:3) e, portanto, devemos atender a recomendação bíblica que nos diz: “Tenham cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha um coração mau e descrente, que se afastem do Deus vivo” (Hebreus 3:12). Finalizo dizendo que todas as vezes que lermos estas histórias de incredulidade (pecado) e castigo, devemos ter em mente as palavras de 1 Coríntios 10:11 que dizem: “Essas coisas que aconteceram a eles nos servem como exemplo. Foram escritas como advertência para nós, que vivemos no fim dos tempos” (1 Coríntios 10:1-11).

No amor de Cristo – pastor José Loures.

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